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Mostrando postagens de fevereiro, 2005

_loteria [conto]

Godofredo Monteiro Filho estava pobre, mas continuava a freqüentar o clube. Ali, desde há muito tempo, ele e os amigos – a maioria ainda ricos – se encontravam durante a semana para falar de mulheres, futebol, carros, essas coisas que os homens de antigamente gostam de conversar só entre eles, não por ser proibido, mas dá a impressão que pensam que as mulheres ficariam como eles se falassem as mesmas coisas com elas por perto. Era um encontro despojado, regado a uísque, charutos e cartas. Godofredo nunca participou daquela mesa. Achava um desperdício de dinheiro os tais "jogos de azar". Mas sempre foi lá, no clubinho; era quase inevitável, sentia uma forte atração por aquela vida. Isso, há dez anos, antes da abertura. O tal do "presidente almofadinha" quebrou ele, ou melhor, a empresa dele. Foi um homem rico, assim, como o termo exige: tinha mais dinheiro que todos os seus funcionários poderiam ganhar juntos em um ano de trabalho. Mas não por que explorava cada um