Existe um certo tipo de gente que não dá. Quando eu digo “não dá”, pretendo que subentenda-se que não dá para conversar, não dá para ficar perto, não dá para ser amigo, não dá para ouvir, não dá para sair junto, não dá para tra-balhar junto, não dá para nada, nem para falar bem. Aquele tipo que é mal humorado, chato, cheio de manias, vive “causando”, como dizem alguns. Se está bom para ele, também estará para poucos outros iguais a ele. Se dizem incompreendidos, pertencentes a um outro universo de pensamentos, menos niilista, mais “elevado”, mais cheio de idéias e atos do que este a que pertence a maioria dos mortais. Mas, querendo ou não, são uns tipinhos bem chatos.André Japiassu Tavares da Silva era assim: chato como poucos. Um mal humor tremendo, reclamão, cheio de dedos, observações e papas-na-língua. Descon-fiadíssimo. Alto e bonito, era meio moderninho, mas sem querer ser. Costuma-va ir aos lugares para acompanhar a noiva, mulher pela qual era apaixonado. Mas ele estranhava tudo...