Nos abandonamos, finalmente, no dia em que ela soube que eu também sabia que precisávamos conversar. Na verdade, ela foi abandonada primeiro. Não era um jogo, era uma cena de um jogo. E a tática da melhor defesa vinha a calhar, enfim, para quem não sabe como se defender no cara-a-cara. Até que não pudemos mais resistir e nos entregamos suavemente a uma conversa leve e franca, intensamente a um sexo voraz e tenso, demoradamente a um sono perturbado e solitário. Primeiro sentamos na beira do mar. Olhamos as estrelas e ela gostava de discutir sobre a imensidão. Minha idéia de que éramos um vírus, embasado no fato de que somos a única espécie que não se adapta ao meio, a deixou sinceramente perturbada. Perdemos horas tentando explicar um para o outro que estávamos abertos a qualquer tipo de idéias. E ganhamos admiração. Era carnaval, pessoas comuns se tornavam exóticas. Não houve luxúria, mas houve paixão. Sem exotismos. Nos perdíamos pouco, ainda, no silêncio de nossos abraços. Ainda prec
Comentários
pois o que dizer do indivíduo
que é único e súdito ?!