me perdi
no cerrado
e vi
uma solidão
estranha
nada além
do canto
da ema
do rouco
tropeço
de meu cavalo
apenas eu
e os pastos
iluminados
pelo silêncio
do sol
alto
apenas
o silêncio
e a vida
seca
dos seres
cerrado
me perdi
e senti
que tinha
perdido
um amigo
bom
senti
que havia
ausência
de mim
na minha
presença
na solidão
infinita
ínfimo
e etéreo
me percebi
perdido
tão pequeno
um grão
de cavalo
entre
vacas
distocidas
o calor
soporífero
distorcendo
a curva
do horizonte
amarelecido
me perdi
no cerrado
e vi
a solidão
da vida
em paz
descansei
a vista
cansada
de barulhos
sonsos
e o que vi
me trouxe
paz
de eremita
ermitão
não solidão
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